Número de famílias endividadas cresce, mas inadimplência não avança

A inadimplência, isto é, quando há falta de pagamento de obrigações financeiras, não avançou em março. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ainda de acordo com o estudo, o resultado ocorre mesmo com o crescimento do número de famílias endividadas pelo segundo mês consecutivo.

A pesquisa detalha que pouco mais de 77% das famílias relataram ter dívidas a vencer, o maior patamar desde setembro do ano passado, mas a parcela inadimplente ficou estável em 28,6%.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, resume o resultado. “A deterioração do quadro macro vem afetando a confiança das famílias brasileiras sobre o cenário da economia brasileira e, com isso, as famílias estão se endividando, mesmo que com taxa de juros maiores e prazos menores”.

Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas vencidas recuou para 12,2%. A CNC projeta que essa tendência deve continuar durante o ano.

O levantamento também mostra que o tempo de inadimplência está diminuindo. Pouco menos de 50% dos inadimplentes estão com dívidas em atraso há mais de 90 dias, o que representa o menor nível desde maio de 2024. O prazo das dívidas também caiu. O percentual de famílias com compromissos superiores a um ano diminuiu para 34,4%, menor nível desde agosto de 2024.

Entre as faixas de renda, o maior avanço do endividamento ocorreu entre famílias que recebem até três salários mínimos.

O cartão de crédito continua sendo a modalidade mais utilizada, mas perdeu espaço em relação ao ano passado. Já os carnês voltaram a crescer e se mantêm como a segunda principal forma de endividamento das famílias.

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