A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira (24), o ex-dono de uma autoescola, de 47 anos, e um despachante, de 52 anos, suspeitos de enganar pessoas com falsa venda da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Patos de Minas. Segundo o delegado Érico Rodovalho, o grupo criminoso conseguiu cerca de R$100mil.
Os homens ofereciam falsa facilitação para obtenção de documento, utilizando indevidamente o nome da Polícia Civil e o do Detran para ganhar confiança das vítimas, que em sua maioria eram pessoas humildes e idosas. A Polícia Civil conseguiu identificar que 30 pessoas foram vítimas dos estelionatários, mas acredita que mais pessoas possam ter caído no golpe. Os homens miravam clientes que estavam repetentes no exame prático ou com a pauta próxima de vencer.
As investigações apontaram que os golpes eram liderados pelo ex-dono de uma autoescola, que fechou recentemente em Patos de Minas. Os estelionatários prometiam a emissão das CNHs sem que os clientes precisassem passar pelos procedimentos legais exigidos pelo Detran. Os homens ainda se passavam por servidores públicos, reforçando a ilusão de um esquema interno de corrupção.
Os criminosos estariam atuando há anos em Patos de Minas e fazendo vítimas em cidades da região. Segundo o delegado Érico Rodovalho, as CNHs eram comercializadas por R$6.500,00 com as vítimas pagando metade do valor antes e com o acordo de pagar o restante após a entrega. Como as CNHs não foram entregues, algumas vítimas procuraram a polícia e denunciaram enquanto outras ficaram com receio. Érico acredita que os criminosos receberam quase R$100mil. O Patos Hoje havia recebido denúncias desse esquema de falsa venda de CNHs.
A “Operação Infravermelho” recebeu esse nome para simbolizar a forma minuciosa e criteriosa com que as investigações foram conduzidas. Assim como a tecnologia infravermelha permite uma visão além do que é visível a olho nu, a operação policial foi além das aparências, investigando detalhadamente cada etapa do esquema de obtenção da CNH para verificar se havia intenções de corrupção no processo.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, contra o ex-dono da autoescola e o despachante. Ao todo, 17 policiais civis participaram da operação.
O ex-dono da autoescola e o despachante irão responder por estelionato qualificado em contra a administração pública, contra idoso e crime continuado, além disso eles irão responder por associação criminosa.
