Há quase um mês, as ruas e residências do Bairro Andorinhas em Presidente Olegário, estão tomadas por uma infestação de sapos. De acordo com os moradores, com a chegada das chuvas a quantidade aumentou e muitos estão jogando sal para espantar os animais. A Vigilância Sanitária do município tem conhecimento do problema e está monitorando a situação.
Na região vivem cerca de duas mil pessoas e os moradores reclamam que os anfíbios estão vindo de uma pequena represa próxima ao local. Além dos sapos, os moradores acreditam que os inúmeros mosquitos que incomodam a região também estão vindo dessa represa. “Eles vêm da lagoa, que é muito poluída e retém pernilongo, muriçocas e esses milhões de filhotes de sapos”, desabafou o locutor Celso Gomes.
A dona de casa Cleide Maria afirmou que os sapos estão por toda a residência e que manter o local limpo é um grande desafio. “E olha que eu tenho portão, mas eles passam por baixo. A gente lava, limpa, mas eles continuam. Dá nojo, não é medo, é muito nojo”, contou Cleide.
Segundo o fiscal da Vigilância Sanitária do município, Antônio Cândido de Lima, eles já têm conhecimento do problema e estão monitorando a situação. “A Polícia Ambiental pediu para monitorarmos e, se for um caso de saúde pública, aí a gente deve acionar o Ministério Público. Ainda não sabemos ao certo o que ocasionou essa proliferação porque não temos um especialista na cidade. Tem que pedir orientação à Polícia de Meio Ambiente ou à bióloga do município de Patos de Minas, que segundo ela, pode ter sido as mudanças climáticas”, afirmou o fiscal.
A bióloga Karla Menezes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que deve estar ocorrendo algum desequilíbrio no controle natural desses animais, como a falta de cobras, gaviões e outras aves que se alimentam de anfíbios.
A especialista também ressaltou que apesar do sal matar alguns sapos ele não é indicado pela Biologia. Os moradores devem usar pequenas redes e até panos embaixo das portas para evitar que eles entrem dentro de casa. Ainda de acordo com ela, os cidadãos podem se tranquilizar em relação à saúde, pois esses animais não costumam transmitir doenças.
