Detento que teria sido estuprado em penitenciária na cidade de Patrocínio relata ter sido ameaçado por facção criminosa

Nesta última semana, o advogado de um rapaz de 22 anos, que afirma ter sido estuprado por um colega de cela na penitenciária de Patrocínio, conseguiu conversar com o cliente, obtendo novas informações sobre o caso. O advogado criminalista Dr. Erick Willian Couto esteve em contato com a reportagem do portal Clube Notícia e relatou que o detento, de 22 anos, sofre de depressão, bipolaridade, ansiedade e insônia.

Ainda segundo o profissional, por esse motivo, seu cliente passou por avaliação psiquiátrica na Penitenciária Deputado Expedito de Faria Tavares, na qual teriam sido recomendados dez comprimidos de quatro medicamentos: dois de clonazepam, três de amitriptilina, quatro de carbamazepina e um de risperidona.

“Em razão do uso desses remédios, […] quando ele dorme, ele perde o sentido por completo. Ele falou para mim que ficou literalmente desacordado e realmente não viu, não conseguiu constatar durante a ocorrência do ato sexual que estava sendo abusado. Ele soube quando acordou e sentiu dores no ânus, que estava sujo de fezes”, afirmou o advogado.

Durante a conversa com o detento, que aconteceu por videoconferência, o rapaz teria informado também sobre uma suposta ameaça que teria recebido de uma facção criminosa antes de registrar o caso diretamente na delegacia de Polícia Civil. Posteriormente, o acusado de cometer o estupro foi transferido para outra unidade prisional, ocasião na qual a vítima teve coragem de denunciar – de fato – na delegacia.

Dr. Erick William Couto explica que, a partir das investigações, se comprovada a ocorrência do estupro, ele pretende tomar providências cabíveis quanto à omissão do Estado. “O indivíduo acautelado, como é o caso do meu cliente, está sob custódia do Estado, que tem a obrigação da sua incolumidade física, psicológica”, afirma.

O advogado acrescenta ainda que, verificado o crime, ele será qualificado como estupro de vulnerável, uma vez que o jovem detento estava desacordado no período que acredita ter sido abusado.

O departamento de jornalismo do portal Clube Notícia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), que informou não haver novidades sobre o caso que segue sob investigação criminal.

Fonte: Amanda Marques

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