Cruzeiro faz dois gols no fim e vence Atlético com autoridade na Arena MRV

O segundo clássico na história da Arena MRV terminou do mesmo jeito do primeiro, com vitória do Cruzeiro sobre o Atlético. Quando tudo caminhava para um empate em um jogo bastante travado, brilhou a estrela de dois heróis improváveis. Zé Ivaldo e João Pedro marcaram os gols do triunfo celeste por 2 a 0, neste sábado (3/2), em Belo Horizonte, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro.

O Cruzeiro soube ter paciência para contornar as adversidades e o volume de jogo imposto pelo Atlético para sair de campo vencedor. O primeiro tento estrelado saiu de uma desatenção do Galo na defesa. Já o segundo exemplificou muito bem a estratégia da Raposa no clássico: o contra-ataque.

Situação dos rivais na tabela

Mesmo com o tropeço em casa, o Atlético se manteve na liderança do Grupo B, mas corre o risco de ser ultrapassado pelo Villa Nova, que também tem três pontos. O Leão do Bonfim enfrentará o Patrocinense neste domingo (4/2), às 11h, no estádio Pedro Alves do Nascimento, em Patrocínio.

Por sua vez, o triunfo levou o Cruzeiro à liderança do Grupo A, com sete pontos. No saldo de gols, o time celeste ultrapassou o Tombense (segundo colocado, com sete), que venceu o Athletic por 1 a 0, no Almeidão, em Tombos, neste sábado.

Próximos jogos

O Atlético voltará a campo na próxima quinta-feira (8/2), às 21h, para encarar o Athletic, no Joaquim Portugal, em São João del-Rei, pela quarta rodada do Estadual. Já o Cruzeiro tem compromisso marcado contra o Patrocinense na sexta-feira (9/2), às 16h30, no Mineirão, em BH, pela mesma rodada.

O JOGO

Primeiro tempo morno

O segundo clássico na Arena MRV começou quente dentro de fora de campo. A partida teve apenas a presença da torcida alvinegra nas arquibancadas em razão de um acordo firmado entre as diretorias dos dois clubes, válido até dezembro de 2025. Antes de a bola rolar, apenas o escudo do Atlético foi exibido no gramado, enquanto o Cruzeiro customizou o vestiário com adesivos do brasão celeste.

Dentro das quatro linhas, o que se viu foi um primeiro tempo bem morno. Em meio às tentativas de chegar ao gol adversário, os jogadores de Atlético e Cruzeiro travaram o jogo com muitas faltas. O nervosismo pareceu tomar conta. Não à toa, o árbitro Paulo César Zanovelli (Fifa/MG) aplicou cinco cartões amarelos.

Felipão precisou mexer no time logo cedo, mas sem mudar a estratégia adotada para o duelo. Aos 12 minutos, o meia Zaracho desabou no gramado, alegou dores na região posterior da coxa direita e precisou ser substituído. Igor Gomes foi o escolhido para entrar na vaga do argentino.

Larcamón, por sua vez, fez o que todos já imaginavam. O treinador armou o esquema tático da Raposa com três zagueiros, deixando o time mais fechado na defesa e menos agressivo no ataque. Os celestes apostaram em raros contra-ataques para tentar levar perigo ao rival.

Quanto às chances de gol, a melhor atleticana saiu dos pés de Paulinho, aos 15′. O atacante puxou contra-ataque pela esquerda, invadiu a área e saiu cara a cara com Rafael Cabral. O camisa 10 finalizou forte, mas o goleiro cruzeirense abafou o chute e fez grande defesa.

A resposta do Cruzeiro só veio aos 44′, com Matheus Pereira. O armador aproveitou a sobra na entrada da área e arriscou de primeira. O chute levou perigo para Everson, que só acompanhou a saída da bola por cima da meta.

Heróis improváveis definem clássico

O Atlético voltou mais aceso para o segundo tempo. Aos 2′, Mauricio Lemos quase abriu o placar com uma cabeçada após belo cruzamento de Hulk pela direita. O zagueiro do Galo subiu mais alto do que os defensores do Cruzeiro, mas jogou a bola para fora.

Com jogadas já previsíveis de William na direita, Larcamón mudou a estrutura do Cruzeiro. O argentino deu mais liberdade para Marlon apoiar no ataque. A subida do lateral-esquerdo fez o Atlético abrir o olho com os avanços de Saravia, que entrou na vaga de Mariano.

Hulk, que em outras duas oportunidades foi ‘carrasco’ de Rafael Cabral em cobranças de falta de longe da área, se viu frente a frente com o adversário mais uma vez na mesma situação. O atacante bateu firme no canto direito, e o arqueiro celeste pulou para espalmar para o lado.

Quando a partida parecia que terminaria empatada, brilhou a estrela de dois heróis improváveis. Aos 36′, Matheus Pereira bateu escanteio, a defesa do Atlético afastou mal e a bola sobrou para Marlon. O lateral jogou para o meio da área e achou Zé Ivaldo livre. O zagueiro cabeceou para o fundo da rede para fazer 1 a 0.

Três minutos depois, João Pedro deu números finais ao clássico. O jovem de 21 anos puxou contra-ataque, ganhou na velocidade de Otávio e chutou de fora da área na saída de Everson: 2 a 0.

O resultado coroou a estratégia bem montada de Larcamón logo em seu primeiro clássico.

ATLÉTICO 0 X 2 CRUZEIRO

Atlético

Everson; Mariano (Saravia, no intervalo), Maurício Lemos (Igor Rabello, aos 21 min do 2ºT), Jemerson e Guilherme Arana; Otávio, Edenílson, Zaracho (Igor Gomes, aos 14 min do 1ºT [Alan Kardec, aos 38 min do 2ºT]) e Gustavo Scarpa (Pavón, aos 21 min do 2ºT); Paulinho e Hulk
Técnico: Felipão

Cruzeiro

Rafael Cabral; Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon; William, Lucas Romero, Lucas Silva (Ian Luccas, aos 26 min do 2ºT), Matheus Pereira (Rafa Silva, aos 41 min do 2ºT) e Arthur Gomes (Japa, aos 26 min do 2ºT); Robert (João Pedro, aos 9 min do 2ºT) e Juan Dinenno
Técnico: Nicolás Larcamón

  • Gols: Zé Ivaldo, aos 36 min do 2ºT, e João Pedro, aos 39 min do 2ºT (Cruzeiro)
  • Cartões amarelos: Mariano, Edenílson, Jemerson e Hulk (Atlético); Zé Ivaldo, Marlon, Arthur Gomes (Cruzeiro)
  • Motivo: terceira rodada do Campeonato Mineiro
  • Data: 3 de fevereiro de 2024
  • Local: Arena MRV, em Belo Horizonte (MG)
  • Árbitro: Paulo César Zanovelli (Fifa/MG)
  • Assistentes: Felipe Alan Costa de Oliveira e Celso Luiz da Silva
  • VAR: Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira
  • Público: 42.585 torcedores

Fonte: Noataque 

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