Audiência Pública na Câmara Municipal debateu atendimento e concessão de empréstimo consignado para aposentados

Com o objetivo de melhorar o relacionamento entre os prestadores de serviços bancários e os consumidores olegarienses, a Câmara Municipal de Presidente Olegário promoveu na tarde de hoje, dia 21, Audiência Pública no Plenário Hercílio Trajano.

A audiência foi comandada pelo presidente  da Comissão de Audiência Pública, vereador Pedro Osvando de Castro. A Comissão tem o vereador Sílvio Cunha como relator, Marcão membro e Tião Roberto suplente.

O objetivo da primeira da Audiência Pública, é ouvir da população como o serviço é prestado e quais as soluções para os problemas que forem identificados principalmente no atendimento a aposentados e pensionistas; sobre a concessão de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas.

Na abertura, o vereador Pedro Osvando de Castro destacou que essa primeira reunião é para ouvir a população do serviço prestado pelas agências bancárias e que posteriormente será enviado o resultado para o Ministério Público e para o Banco Central.

Durante a Audiência Pública foram ouvidos depoimentos de clientes, da Secretária de Assistência Social e membros do Conselho Municipal de Idoso. A Comissão convidou representantes de todas as agências bancárias do município e somente a agência do Banco Itaú não enviou representantes, sendo está agência a que mais teve reclamação.

A aposentada Maria de de Fátima Freitas, é correntista do Banco Itaú S/A e depois transferiu para o Banco do Brasil. Ela relatou que já tinha pagado todo o empréstimo no Banco Brasil, e mesmo assim o banco continuou cobrando os valores.

O segundo depoimento foi da aposentada, Maria das Dores Pacheco Silva, a cliente disse que tem um empréstimo no Banco Itaú no valor de R$ 15 mil e nunca assinou e muito menos solicitou, disse que é aposentada pelo LOAS, e que o banco ainda incluiu seguro da casa, seguro de vida. “No mês de fevereiro eu recebi pouco mais de R$ 1 mil. Recebo ameaças do Banco pelo telefone. Vive eu e meu marido doente, passamos  por muitas dificuldades. Ninguém tem acesso ao meu cartão e senha. Eu sei ler e escrever, e já estou encaminhando o caso para um advogado tomar as providências na Justiça”, disse a aposentada.

Maria das Dores Pacheco da Silva ainda relatou que já  ficou de 7h às 14h na fila do Banco Itaú.

A aposentada Maria Sebastiana Pinto Maciel, em seu depoimento disse que o seu esposo está acamado e a cada dia com mais dificuldades. Ela e o marido contraíram empréstimos de R$ 10 mil sendo R$ 5 mil para cada, depois pegou mais R$ 4 mil a pedido do filho. “Sempre somos assediados com a proposta de novos empréstimos, “Uma servidora do banco  leva meu marido na cadeira de rodas para dentro da agência e ele contrai empréstimos, tudo isto no Banco Itaú, falam que possuem juros mais acessíveis. Aconteceu em três oportunidades, agora minha neta está indo juntamente e trouxe vários extratos comprobatórios”, relatou Dona Maria Sebastiana.

Ainda segundo a aposentada, os empréstimos foram realizado através do caixa eletrônico quando a servidora levava para dentro. “Uma funcionária que não trabalha mais no Banco ajudava meu marido. Pediu os extratos e os contratos assinados, a servidora não entregou como foi solicitado. “Todas as vezes que ia receber o benefício fui assediada para contrair empréstimos, tive problemas com um gerente à época”, disse a aposentada.

Dona Maria Sebastiana disse que agora é correntista no Banco do Brasil e é muito bem tratada. “Banco do Brasil e Sicoob sempre fui bem tratada”, declarou a depoente.

A Secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Paula Dimieve Fernandes Netta, foi  quarta pessoa a depor na Audiência Pública. Ela relatou que muitas vezes acompanham idosos para receber os seus benefícios. ” Um senhor falou que não tinha contraído empréstimos e empréstimos estavam aparecendo  no seu extrato. Os funcionários agem de má fé, isto no Banco Itaú S/A”, disse a secretária.

A Secretaria destacou que faz as orientações necessárias para resolver. Este caso é um, entre muitos. “Eu participo ativamente do Conselho Municipal do Idoso, e já tentamos resolver as filas no Banco Itaú, mas ainda não conseguimos resolver a demanda, a gerência do banco não se prontifica a resolver o problema. Em relação ao Banco do Brasil só tem elogios, tenta de todas as formas resolverem os problemas.

O membro do Conselho do Idoso, Rogério Honório fez uso da palavra e  sugeriu que um servidor do Banco Itaú fosse colocado à disposição dos beneficiários mais cedo para auxiliar no atendimento, ou seja, antes do horário de atendimento estabelecido pelo Banco, para agilizar o processo e diminuir as filas.

O aposentado Iraci de Magalhães Silva foi quinto a prestar depoimento e relatar problemas com o Banco Itaú. “Nunca recebi os valores do benefício de forma integral, sempre descontam algo, incluiu seguro de casa, todos os meses cobram algo. “Nunca assinei um papel e tem três anos com esse problema e não param de descontar,” disse o aposentado.

Ele ainda relatou que a demora para ser atendido, as filas são enormes. No meu caso isto não acontece comigo por ser uma pessoa deficiente, mas com os demais é direto.

No final dos depoimentos, a palavra foi concedida aos representantes das agência bancárias presentes. A gerente do Banco do Brasil, Ludmila Caixeta Mota que a situação de empatia, tratar bem o idoso é uma obrigação e com referência a reclamação de uma cliente, ela já acessou o extrato da mesma, e vai receber a aposentada na segunda-feira (24) para resolver.

A agência do Sicredi não foi alvo de reclamações. A gerente do Sicredi, Rosânia Maria de Lima em seu pronunciamento disse que é um direito do cidadão escolher o banco onde é bem tratado. “A cooperativa procura atender de forma rápida. Caso queira fazer a portabilidade estamos a disposição, possui um período que não é possível fazer a portabilidade”, completou a gerente.

O Sicoob também não foi alvo de reclamações, o gerente Felipe Rodrigues de Souza Pereira em sua fala colou a agência a disposição dos idosos. “Infelizmente as queixas com o banco citado são enormes”, disse o gerente.

No final o representante do Ministério Público, promotor de Justiça Dr. Bruno Rossi falou aos presentes da importância da Audiência Pública promovida pela Câmara Municipal. Ele fez uma exposição sobre as armadilhas do mercado financeiro de forma geral, que muitas vezes as ofertas são atrativas.

O promotor de Justiça, disse que vai oficiar o município sobre a situação das reclamações para que o fiscal de postura concursado visite as agências bancárias. “Oriento os clientes a procurar um advogado ou o defensor público, para resolver seu caso, que muitas das vezes não tem uma solução por parte das agências bancárias.

Dr. Bruno Rossi informou aos presentes que o Ministério Público já realizou visitas nas agências bancárias e fez aplicação de multas, que somente a agência do Itaú ainda está em fase de recurso. “Com a ata da Audiência Pública de hoje, vou anexar ao processo para dar mais celeridade”, disse o promotor.

O promotor ainda sugeriu que antes das próximas audiências, os parlamentares e o Ministério Público façam uma visita nas agências bancárias.

Presenças

Participaram da audiência pública: Pedro Osvando de Castro (presidente da Comissão), Sílvio Cunha (relator), Marcão (membro), Tião Roberto (suplente), presidente da Câmara Branco Teodoro, vereadores: Guilherme Alves, Taynan Maciel, Júnior Enfermeiro, Delma, Mirsandra e Markim Araújo; promotor de Justiça Dr. Bruno Rossi, secretária de Desenvolvimento Social Paula Dimieve Fernandes Netta, Felipe Rodrigues de Souza Pereira e Taiss Ferreira Melo (Sicoob), Ludmila Caixeta Mota ( Banco Brasil), Rosânia Maria de Lima (Sicredi), Rogério Honório (Conselho Municipal do Idoso), servidores do Legislativo, aposentados, idosos e populares.

Abaixo assista dos depoimentos prestados durante a Audiência Pública:

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