Os familiares do vereador Cássio Remis, assassinado a tiros pelo ex-secretário de obras de Patrocínio, Jorge Marra, ficaram indignados com o resultado do julgamento que durou mais de 17 horas desta quarta-feira (26). Jorge foi absolvido, mesmo o crime tendo sido todo registrado por imagens de segurança e isso deixou a família consternada. Os advogados da família disseram que vão recorrer da sentença.
No banco dos réus, Jorge Marra, ex-secretário de obras e irmão do prefeito de Patrocínio Deiró Marra. Ele foi acusado por homicídio triplamente qualificado contra o vereador Cássio Remis. Imagens de câmeras de segurança flagraram toda a ação de Jorge Marra. Cássio Remis foi morto com seis tiros a queima roupa. Ele denunciava uma obra com dinheiro público que, segundo ele seria o comitê de campanha do atual prefeito Deiró Marra. Jorge apareceu e tomou o celular das mãos de Cássio que, por sua vez, foi atrás para apenas pegar o telefone de volta.
Durante a confusão, Jorge Marra sacou um revólver e atirou. Cássio morreu no local. Após o julgamento, em entrevista à repórter da TV Paranaíba, Anna Paula Lemos, a esposa da vítima, Naiara Remis disse que, para os jurados, a morte de seu marido não passou de um faz de contas. “Os jurados entenderam que o que houve foi apenas um crime de porte ilegal de arma de fogo, então para eles tudo aqui não passou de um conto de fadas, eu vou chegar em casa e meu marido vai estar lá me esperando”.
A mãe de Cássio Remis ficou ainda mais emocionada. Segundo ela, não há como explicar a dor de perder um filho e sentir que a justiça falhou. Francisca Carneiro disse que todos estão indignados. “Eu perdi um filho, ele foi assassinado e as sete pessoas que representam uma cidade que estava indignada decide libertar o assassino”. Francisca, que foi a vereadora mais bem votada de Patrocínio nas últimas eleições disse ainda que está sofrendo retaliações na Câmara Municipal.
O advogado que representa a família de Cássio Remis disse que irá recorrer da decisão e reiterou que nunca viu algo parecido em 18 anos de advocacia. Ele disse ainda que o poder e a influência da família Marra foram determinantes para o resultado do julgamento. “Isso demonstra que infelizmente o alto poder financeiro e político interfere nas decisões da cidade”.
Fonte: Patos Hoje