Operação de combate a danos ambientais é feita na bacia do Rio São Francisco em Presidente Olegário e cidades do Noroeste

Uma força-tarefa de combate a danos ambientais na bacia hidrográfica do Rio São Francisco está sendo realizada em cidades do Noroeste de Minas. A operação é feita em conjunto com o Ministério Público Estadual (MPE) e segue até a próxima sexta-feira (30) na região.

Os trabalhos consistem na fiscalização das condições em que se encontra o ecossistema da bacia a fim de identificar eventuais danos ambientais, com a autuação dos infratores e com orientação aos moradores locais. O objetivo é garantir a preservação do meio ambiente e a saúde da população.

A ação começou na segunda-feira e, ao todo, participam cerca de 150 agentes públicos que vão percorrer oito municípios localizados no Médio São Francisco que são Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagamar, Lagoa Grande, Presidente Olegário e Vazante.

Estão sendo fiscalizadas práticas de desmatamento, pesca irregular, mineração, saneamento básico, uso de agrotóxicos e as condições dos recursos hídricos dos afluentes mineiros do rio e da fauna.

De acordo promotor de Justiça e coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Verde Grande e Pardo, Daniel Piovanelli, essa é a segunda etapa da fiscalização neste ano e ocorre em parceria com outros 13 órgãos estaduais e federais.

Além do Ministério Público Federal (MPF), integram a operação o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), polícias Militar e Rodoviária Federal, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, entre outros.

Mudanças do ecossistema
O flora local é composta predominantemente por fitofisionomias do cerrado e os municípios da região se destacam pela exploração agrícola em larga escala, em especial lavouras de feijão, algodão e soja.

Atualmente, a região Noroeste conta com mais de 484,4 mil hectares plantados com soja, com produção de 1,77 milhão de toneladas do produto, conforme as estimativas da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa).

O promotor pontuou que, nos últimos anos, o uso desordenado dos recursos hídricos especialmente para a irrigação – atividade que mais demanda o consumo de água no Brasil – e o desmatamento afetaram o clima, as condições da água e a fauna da região.

Primeiras ações
Nos primeiros dias da fiscalização, os agentes e policiais identificaram uma área de 128 hectares desmatados. A técnica ilegal utilizada no local foi o uso de correntes fixadas em dois tratores, que percorrem o mesmo percurso paralelamente, arrancando a vegetação e matando toda a vida animal existente no local.

Na vertente da conscientização ambiental, duas equipes estão visitando escolas públicas dos municípios de Buritizeiros, Presidente Olegário, João Pinheiro, Lagoa Grande, Vazante e Guarda Mor para o desenvolvimento de ações junto a mais de 1,8 mil alunos do ensino fundamental.

O trabalho inclui palestras e apresentação de teatro de marionetes, em que serão lembradas as consequências do desperdício de água, da produção excessiva de lixo e do despejo de esgoto sem tratamento direto nos rios, com o intuito de fomentar entre os mais jovens uma cultura de preservação e convivência mais harmônica com o meio ambiente.

Fonte:G1 – Foto: MPE/FPI/Divulgação

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