Jovem que foi morta e teve filha roubada em João Pinheiro é enterrada; principal suspeita está no presídio

O corpo de Mara Cristina Ribeiro da Silva, de 23 anos, foi enterrado por volta das 10h da manhã desta quarta-feira (17), em João Pinheiro, no Noroeste de Minas. A jovem, que estava grávida de oito meses, foi encontrada morta nesta terça-feira (16) e teve o bebê roubado.

Angelina Ferreira Rodrigues, de 40 anos, confessou o crime e já está no presídio da cidade juntamente com o marido, suspeito de envolvimento no caso. Apesar de a mulher dizer que agiu sozinha, a Polícia Civil procura outros envolvidos. A recém-nascida está estável em um hospital de Patos de Minas.

O delegado Carlos Henrique Gomes Bueno informou na manhã desta quarta que o casal foi encaminhado ao presídio de João Pinheiro na noite desta terça-feira (16).

O crime foi desvendado depois que Angelina chegou à Santa Casa de João Pinheiro com a recém-nascida, na segunda-feira (15), dizendo que havia tido um parto. Depois ela contou que era mentira e esclareceu para a polícia sobre o desaparecimento da grávida. Mara Cristina Ribeiro foi encontrada morta no dia seguinte com um corte na barriga.

Detalhes sobre o crime
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher confessou o crime e negou a participação do marido e de uma terceira pessoa no caso, conforme ela havia dito na primeira versão dos fatos. Contudo, segundo o delegado, pela forma como a vítima foi morta existe a possibilidade de haver outros envolvidos.

Ainda em depoimento, conforme o delegado, a autora disse que percebeu que a jovem estava viva quando ela retirou a menina. O laudo da perícia sobre a causa da morte deve sair até o fim dessa semana, segundo a Polícia Civil.

Carlos Henrique disse que o casal deverá responder pelos crimes de homicídio qualificado, além do crime dar parto alheio como sendo de parto próprio – quando a pessoa tenta ter o filho violando o estado de filiação violando as regras normais. A pena pode ser de até seis anos de reclusão além do crime de homicídio qualificado que seria mais de 12 a 13 anos.

Já a recém-nascida, que foi levada para o Hospital São Lucas, em Patos de Minas, passou por exames e o quadro de saúde é estável na manhã desta quarta-feira. Um funcionário da unidade informou que o pai da criança irá para o hospital nesta quarta para acompanhá-la.

O casal também tem uma menina de um ano. Familiares disseram que a criança está sob cuidades de uma tia e o pai.

O homícidio
Segundo o Boletim de Ocorrência, Angelina Ferreira chegou com o marido e a recém-nascida na Santa Casa de João Pinheiro, na segunda-feira (15), apresentando estar nervosa e alegando que havia acabado de dar à luz. Mas por estar caminhando normalmente e se recusar a fazer exames clínicos os funcionários desconfiaram e acionaram a PM.

No hospital, os militares colheram informações de pessoas presentes e ao conversarem com a mulher sobre o exame médico, ela acabou aceitando. Entretanto, durante o procedimento confessou que a recém-nascida não era filha dela, mas sim de uma outra pessoa, uma jovem de 23 anos que estava desaparecida.

Ainda no hospital, os militares foram informados que a garota desaparecida era amiga da mulher e que estava morando na casa dela desde o último sábado (13). Uma vizinha também relatou à PM que Mara tem outra filha, uma menina de um ano, e que ambas saíram juntas de casa por volta das 13h de segunda-feira (15).

Buscas foram feitas pela polícia e moradores e o corpo foi encontrado no início da tarde de terça (16). Ela estava em uma área de reserva próxima à BR-040. Segundo informações da Polícia Civil, a vítima estava amarrada pelo pescoço com um arame e tinha um corte na barriga, possivelmente feito para retirar o bebê.

Contato entre a jovem e a suspeita
Euza Ribeiro é tia da vítima e disse que o relacionamento entre Angelina Ferreira e a sobrinha se intensificou quando Mara soube que estava grávida. “A mulher sempre sonhou em ter uma menina e quando ela viu que minha sobrinha engravidou ela começou oferecer ajuda. Emprestou dinheiro para fazer ultrassom e ontem falou que iria comprar o enxoval para ajudar”, contou.

Investigação
De acordo com a Polícia Civil a mulher falava que estava grávida, o que não se confirmou através dos exames que foram feitos nesta terça-feira. “Acreditamos que ela possa ter premeditado este crime, agindo juntamente com o marido,” informou o delegado.

Fonte:G1

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